sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

CANVAS – SIBI (Levantamento de Indicadores para BI)



Olá Pessoal!
Tudo bem com vocês?
 
Vou compartilhar com vocês um artefato que implementamos para uso no nosso dia-a-dia para levantamento de indicadores para BI (Business Intelligence - Inteligência de Negócios) junto a área necessitante ou solicitante da empresa. Existem diversos modelos e instrumentos que também podem ser utilizados para esta tarefa, contudo, com o uso de ferramentas tradicionais (que fique claro que também são boas e é questão de gosto, usabilidade e objetivo) não estava me sentindo tão confortável por usar vários instrumentos e imergido a diversos documentos, senti a necessidade de usar outro artefato. E, através de várias pesquisas não encontrei um instrumento legal e usual, e durante uma aula na faculdade na disciplina de Empreendedorismo onde usamos o Canvas para Modelo de Negócio tive a ideia de implementar este modelo para a minha realidade. Assim nasceu o Canvas – Levantamento de Indicadores para BI (CANVAS – SIBI) com 9 blocos, que tem como referência nos conceitos do CANVAS – BMC, e o CANVAS – SIBI é uma ferramenta que de forma fácil, simplificada e visual, torna entendível todas as informações importantes que foram identificadas, levantadas, esclarecendo e definindo os indicadores necessários para um sistema de BI e seus elementos que o integram para entrega de valor.

Assim que apresentei este instrumento para alguns amigos (processo de validação) batizaram de “Aislan Canvas”, achei estranho na hora, dei uma risada, mas no final gostei. Contudo, para que pudesse apresentar e tornar público esta ferramenta, acabei chamando de “CANVAS – Levantamento de Indicadores para BI” ou simplesmente “CANVAS - SIBI”, em inglês: CANVAS – Survey of Indicators for Business Intelligence.
Para preencher o quadro pode-se utilizar post-it ou até mesmo antes de preenchê-lo pode ser feito numa folha de rascunho, “num papel de pão” caso não queira preencher o CANVAS-SIBI no momento de conversa e diálogo com o cliente e área (formato de entrevista). Para uso deste artefato de forma efetiva podemos também mesclarmos algumas técnicas e métodos que dão suporte e apoio na implementação deste CANVAS – SIBI, como o 5W2H (O Que, Como, Porque, Quando, Onde, Quem, Tem/Quanta Custo...) e Mapas Mentais que auxiliam na descrição das informações que estão sendo coletadas.
Vamos entender como os 9 blocos funcionam, se integram e como utilizá-lo:

1)      Bloco: Cliente e Área

Deve ser definido neste bloco quem são as pessoas ou setor/departamento (cliente internos ou externos) que farão uso desses indicadores, sejam estes que fizeram a solicitação da demanda ou você em quanto analista de BI mapeou esta área que necessita de controlar e gerenciar uma situação ou caso. Também verifique se essas pessoas que identificou se elas possuem alguma necessidade (problema), caso não, remova deste bloco.

2)      Bloco: Necessidade-Problema

Conforme conversa e diálogo que manteve com o cliente e/ou área, descreva neste bloco qual é de fato a dor/problema que este tem em não consegui medir, mensurar, acompanhar e controlar um determinado assunto (situação) e informações para que possa ajudar e apoiá-lo na tomada de decisão. Algumas perguntas poderão lhe ajudar a identificar o real problema e necessidade do cliente, como essas:
- O que faz para controlar o seu trabalho? Como executa o seu trabalho? Como é o seu trabalho no dia-a-dia? Porque pretende monitorar e acompanhar o seu trabalho?
Importante é entendermos que os blocos se integram e interagem de tal forma, que quando começar a perguntar/entrevistar o cliente poderá perceber que as respostas servirão para implementar outros blocos deste CANVAS-SIBI, então uma dica: Anote tudo!

3)      Bloco: Objetivo

Com base nas informações coletadas referente ao problema e necessidade do cliente e/ou área, aqui neste bloco apresente o que deve ser feito, desenvolvido e implementado para resolver este problema de forma clara e sucinta, deixando transparente aonde se quer chegar, atingir. Não descreva textos longos, coloque e seja compacto na descrição do que será feito para atingir e resolver de fato o problema.

4)      Bloco: Atividades-Chave

Neste bloco deve ser descrito todas as ações que deverão feitas para atingir o objetivo que identificou no bloco anterior. Uma boa prática é descrever de forma simples, direta e numa perspectiva macro quais as atividades e tarefas deverão ser feitas e realizadas. 

5)      Bloco: Recursos-Chave

Neste bloco apresente todas as ferramentas e recursos que serão necessários para desenvolver as atividades identificadas no bloco anterior, a Coleta e Extração de Dados, também como Transformação e Carga de Dados que contemplem as atividades de ETL (Extract, Transform e Load), tradução: Extração, Transformação e Carga.

6)      Bloco: Parceiros (Partes Envolvidas)
Para preencher este bloco aponte todas as pessoas, áreas, fornecedores e parceiros que podem contribuir e apoiar na realização e implementação do objetivo identificado.  Lembre-se que ninguém consegue fazer tudo sozinho, assim busque levantar quem lhe ajudará inclusive a otimizar, reduzir custos, bem como orientar em melhores ferramentas e recursos aliando ao custo-benefício, caso não tenham estas. Importante também é tomar cuidado em relação a Infraestrutura, pois dependendo do problema e objetivo, busque parceiros que já possuam e que lhe garante segurança e confiabilidade.

7)      Bloco: Dimensões

Após conhecer todo o trabalho do cliente, como ele faz, executa, operacionaliza as suas atribuições, neste bloco identifique quais são as formas e perspectivas que se pretende enxergar e ver, neste caso, é o que precisa visualizar de informações. Faz-se muito sentido quando conseguimos identificar informações através das perguntas: O que, Quem, Quando, Onde; as respostas o levará ao que se quer visualizar. Se observamos com calma, vamos entender que há uma relação e analogia com um Cubo onde possui diversos lados que ao girarmos, teremos a visão e perspectiva de outro lado, que nada mais são do que as dimensões (lado que está enxergando). Então, descreva as dimensões de forma objetiva e use, se possível, nomes curtos no texto da dimensão (podendo ser uma palavra), como exemplo: Pessoas, Escolas, Tempo-Período, Cidades, Setores e Departamentos. No final deste apresentaremos um exemplo com todos os blocos preenchidos para melhorar e abrir o seu MindSet para Elicitação de Indicações para BI.

8)      Bloco: Indicadores – Fato (Granularidade)

Neste bloco, devem ser descritos o que deverão ser medidos e mensurados, então, é algo que se pretende controlar, monitorar e acompanhar no sistema de BI de forma que consiga determinar a medida, calcular. Quando se tem objetivo de medir, apontar ou até mesmo mostrar algo, são elementos que se fere a Indicadores, sendo muito importante acompanhar o movimento (evolução) deste para analisarmos e entendermos o seu desempenho que é mensurável por se tratar de uma medida. Esta medida relaciona-se diretamente com a Granularidade, onde você pode ter um pouco ou maior detalhamento do que se pretende medir e mensurar, assim entendemos como baixa ou alta granularidade. Se observamos bem, se pretendemos acompanhar a evolução de vendas de uma empresa, por exemplo, está pode ser de forma total como todas as vendas realizadas num determinado período (sumarização de valores de vendas), caracteriza-se baixa granularidade. Agora, se precisar saber quantas vendas foram feitas diariamente, temos aqui uma grande quantidade de informação que pode ser apresentada a cada segundo, minutos ou hora de um determinado dia ou de vários dias, assim tem-se um grau maior e caracteriza-se alta granularidade.

9)      Canais de Publicação

Depois de identificar todas as informações necessárias nos outros 8 blocos, por fim deve-se registrar neste Bloco aonde pretende-se apresentar estas informações, estamos falando das ferramentas sejam estáticas (simples relatório) ou dinâmicas (relatórios e painéis interativos) quais desejam implementar (criar) o seu artefato. Neste caso deve-se atentar para qual tipo de tecnologia deve ser utilizada, e se também esses artefatos serão publicados (disponibilizados) seja em formato On-Premises, por exemplo numa rede local postado no servidor ou máquina cliente, ou em formato Cloud (Nuvem) em ambientes on-line que suportam e permitam que estes artefatos sejam visualizados 24 horas por dia em 7 dias da semana por qualquer tipo de dispositivo móvel em multi cast e em qualquer lugar. Lembre-se de usar palavras e textos curtos que realmente e principalmente de forma visual, onde “batemos o olho” conseguimos entender toda a cadeia de desenvolvimento que foram elicitados para um sistema de BI.

Abaixo segue um exemplo de Sistema ERP que controla voos e passagens áreas, e com base no Levantamento de Informações identificamos e descrevemos todas itens e elementos necessários para Elicitação de Indicadores para Sistema de BI.


Entendo que não existe uma fórmula mágica e ferramentas que “fazem até chover”, força de expressão, para se desenvolver a Elicitação de Indicadores para BI, mas apresento um Artefato que tenho certeza que ajudará bastante a entender o que se quer fazer, onde fazer, porque fazer e como fazer para resolver um problema e necessidade da forma onde o cliente (área técnica) também consiga visualmente compreender a sua necessidade e a solução. 

Então pessoal espero que tenho gostado, e prometo tentar fazer no mínimo 01 Post por mês

Abraços e até o próximo Post! 

Aislan Honorato de Moraes